segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Vale a pena pagar por reforço escolar?


Os prós e os contras de recorrer aos professores particulares quando o boletim do seu filho chega pendurado no fim do ano.





Foto: Dos pensadores da Grécia antiga, Aristóteles foi o que mais influenciou o ocidente











O fim do ano letivo está chegando. Muitos estudantes pensam nas férias de verão, enquanto outros estão preocupados com as notas vermelhas no boletim. Para estes estudantes que comprovadamente não aprenderam o conteúdo previsto nas suas séries, o risco de reprovação é real. Para resolver o problema, muitos pais procuram o reforço escolar – as chamadas aulas particulares. Mas há questões importantes escondidas nesta operação de guerra: vale a pena investir em ensino individualizado? O reforço é mero paliativo? O Educar para Crescer consultou psicólogos e pedagogos para responder a algumas das dúvidas mais freqüentes.

Como ajudar seu filho sem recorrer ao reforço escolar?
O ideal é que você acompanhe a vida escolar do seu filho desde o início do ano letivo. Essa é a melhor maneira de influenciar positivamente sua aprendizagem. Pesquisas realizadas em todo o mundo confirmam a afirmação. Um estudo recente da Fundação Itaú Social, por exemplo, revelou que a participação da família na educação representa 70% do desempenho escolar de um estudante.
Outro ponto importante é procurar o coordenador pedagógico da escola, questioná-lo sobre o problema do estudante e propor uma parceria. “Pais e professores devem ter o mesmo objetivo. Muitas vezes, a parceria não existe porque um empurra para o outro a responsabilidade pelo problema”, diz Silvia Colello, professora de psicologia da Educação da USP, de São Paulo (SP).
Quais os indícios de que ele precisa de ajuda extra?
Notas ou conceitos baixos sugerem que algo vai mal. Mas o ideal é que a escola trabalhe sintonizada à família, mesmo fora das épocas de prova. Ou seja, ao menor sinal de que seu filho esteja com desempenho menor do que o esperado, você é informado. É obrigação do colégio identificar as deficiências do estudante e providenciar ajuda durante todo o ano letivo. A recuperação da escola da Vila, em São Paulo, por exemplo, se estende de fevereiro a dezembro. As aulas são ministradas pelo próprio professor, na escola, durante o contraturno. “Em alguns casos essa recuperação não é suficiente, por isso, recorre-se ao professor particular, que vai para a casa do aluno”, diz Suzane Sarfatti, orientadora educacional do ensino fundamental II.

Como saber se devo recorrer ao reforço?
Antes de contratar um professor particular e gastar fortunas com isso – a hora/aula custa partir de 35 reais – é necessário conversar com o coordenador pedagógico da escola e pedir uma diretriz. “É preciso cobrar da escola e, em último caso, buscar algum tipo de apoio externo”, diz Silvia Colello professora de psicologia da Educação da USP.
A decisão sobre o reforço deve ser tomada depois da consulta à escola, que saberá avaliar a necessidade da medida. “Em muitos casos, o próprio colégio já oferece o reforço necessário”, explica professor Ricardo Costa Mesquita, diretor do curso de ensino fundamental II do Colégio Santa Cruz, em São Paulo (SP).
Como definir se o problema é o aluno ou a escola?
Na maioria das vezes, a dificuldade de aprendizagem não é determinada pelo desinteresse ou incapacidade do aluno. “Crianças com dificuldades neurológicas de aprendizado representam apenas de 3% a 7% dos estudantes no mundo todo”, explica a professora Silvia Collelo. A maior parte dos problemas de aprendizagem é resultado de falhas no ensino. A apatia pode estar relacionada a problemas na própria infra-estrutura escolar. Muitos alunos por classe, professores mal-formados e metodologias de ensino que não aproximem o conhecimento do aluno são entraves para deixar de aprender bem. Além disso, o baixo desempenho pode indicar, por exemplo, que falta identificação entre a criança e a escola ou entre a criança e o professor. “Se o seu filho não estiver gostando da escola, é um sinal de que algo não vai bem”, diz Silvia Colello.

O que os pais devem perguntar à escola?
A família deve tentar entender as dificuldades do estudante. “O que a escola já fez ou está fazendo para corrigir o problema? O que eu posso fazer?” são perguntas a fazer, aconselha o psicólogo Jacques Akerman, de Belo Horizonte (MG).

O fim do ano é tarde demais para recorrer ao reforço?  
É preciso respeitar as particularidades de cada aluno, já que ritmo e dificuldades de aprendizagem, disciplina e maturidade influem. Não há uma regra geral, pois cada caso deve ser examinado separadamente. “Se o baixo desempenho é resultado de falta maturidade ou de dedicação durante o ano, considero o reforço válido”, diz a pedagoga Carmen Galuzzi, de São Paulo (SP). Segundo ela, a própria escola deve sinalizar isso para os pais. “Nada impede, no entanto, que a família tente ajuda extra”, explica.  

Como saber se o professor particular é qualificado? 
Há empresas especializadas neste tipo de serviço, mas o ideal é contratar um profissional recomendado pela própria escola. “Um professor sintonizado com a metodologia da instituição pode ser uma vantagem”, diz a professora Silvia Colello. Fique atento às normas do colégio em que seu filho estuda. Na Escola da Vila, por exemplo, os professores não podem dar aulas particulares para seus alunos.

Devo punir meu filho se ele precisar de reforço?
Não há consenso em relação à aplicação de castigos ou de restrições, mas os pais precisam prestar atenção na relação que estabelecem com os filhos. “Se a necessidade de reforço estiver associada à ausência de limites, a restrição de alguns privilégios pode ser útil”, diz o psicólogo Jacques Akerman. Prometer presentes caso o objetivo seja alcançado também não é aconselhável. “O estudante deve entender que a aquisição de conhecimento é a recompensa”, recomenda Silvia Colello.

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/reforco-escolar.shtml

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http://educarparacrescer.abril.com.br/comportamento/testes/voce-esta-com-problemas-para-estudar.shtml