sexta-feira, 12 de junho de 2015

Como uma vírgula acabou com um namoro no dia dos namorados



Por Dílson Catarino*:

Conta-se que, em Palmeirinha do Vale, cidade de dezessete mil viventes, que se situa perto de Santana do Arrebol do Oeste, havia uma professora de português, extremamente rígida, de nome Austeresa de Jesus. Ela era de tal modo rigorosa para com os alunos que estes temiam encontrá-la mesmo no dia a dia, na praça central, na mercearia, na farmácia.

Dizem que ela interpelava seus pequenos educandos, estivessem onde estivessem, sobre as mais variadas regras gramaticais. Ai de quem não soubesse a resposta: ela sacava seu caderninho rosa, anotava o nome da vítima, a pergunta que lhe fizera, a resposta dada --ou a falta dela-- e o quanto valia relativamente à nota escolar.

Dependendo do grau de dificuldade da pergunta, ela diminuía 0,1, 0,2 ou 0,5 da nota que o aluno tirasse na prova seguinte. Era um suplício para as pobres crianças palmeirinhenses.

Quando Austeresa era jovem, enamorou-se de um belo rapaz, também professor de português, de nome Telos Alonso. Ele, porém, não tinha a mesma capacidade intelectiva dela nem a mesma habilidade em sala de aula nem a mesma rigidez. Era um moleirão a bem dizer, que nem gostava muito de estudos aprofundados. As maldizentes até comentavam que ele não era homem para uma mulher como Austezinha, como a chamavam carinhosamente.

O namoro entre eles durou exatamente onze meses e vinte e sete dias. O estopim para o término do relacionamento foi um cartão que ele lhe mandara no dia dos namorados em que escrevera "Para a minha namorada Austereza de Jesus". Ao ler esses dizeres, quase teve uma síncope; chegou a perder o juízo. Pegou de uma caneta e imediatamente escreveu-lhe uma pequena carta, em que dizia:

"Telos Alonso, é de conhecimento geral em Palmeirinha que tolero os maiores sofrimentos, que suporto as maiores provações. É, no entanto, também comentário corrente que há duas situações que jamais enfrentarei: traição e erro gramatical. E você, meu ex-amado, acabou de cometer ambos: você, professor de português, sabe muito bem que os nomes próprios femininos formados pela posposição do sufixo -esa ao radical se escrevem com S, não com Z.

Como meu namorado há quase um ano ainda erra meu nome, trocando letras? Não me importo tanto pelo erro de meu nome, mas importo-me --e muito-- com o trocar letras. Poderia ter-me chamado de Austerise; não me atenazaria tanto, pois teria usado as letras adequadas: nomes femininos terminados em -ise se escrevem com S, como Denise e Anelise; mas ignorar que se escrevem com -ês e -esa nomes de pessoas, como Inês, Teresa e o meu, logicamente, Austeresa, adjetivos pátrios, como português e portuguesa, e títulos sociais ou nobiliárquicos, como camponês e camponesa, marquês e marquesa e ainda princesa, a maneira como me tratava, é demais para mim.

Fico agora a pensar: cada vez que me chamava de princesa, sua mente produzia princeza? Não. É demais para mim. Não suporto tal provação. E a traição? Como a descobri? Você mesmo se delatou: '...minha namorada Austereza'. Assim escreveu você; sem vírgula. Assim escolheu me mostrar que tem outra namorada. Não teve coragem de me contar pessoalmente, contou-me por subterfúgio, e eu entendi.

Ao não colocar vírgula entre meu nome e o substantivo que ele especifica, mostrou-me que não sou a única. Se o fosse, ter-me-ia escrito '...minha namorada, Austeresa', com vírgula. Muito perspicaz foi você, dar-me a conhecer uma situação por meios gramaticais: substantivo próprio que especifica substantivo comum, sem vírgula entre eles, restringe, ou seja, há mais de um: 'Professora Austeresa', sem vírgula, pois não sou a única professora, há muitas; mas substantivo próprio que especifica substantivo comum, com vírgula entre eles, explica, ou seja, só há um: '...minha namorada, Austeresa', com vírgula; eu seria a única, mas não o sou; sei-o agora.

Aliás, nem me importo mais com o namoro. Mesmo não havendo a traição, não quero mais tê-lo como namorado, pois dois erros de português em uma única frase cometidos por um 'professor de português' é demais para mim. Adeus."

Nota do autor: Isto nem Austeresa atinou: o substantivo telo, na cidade de Beira, em Moçambique, é usado como sinônimo de jumento; e alonso, em uso informal, significa parvo, tolo, pateta.

*Professor de gramática da língua portuguesa, literatura e redação, desde 1980.

Promoção Tablet na Mão


10 dicas para um estudo eficiente



Passamos a maior parte de nossas vidas estudando, primeiro para aprender a ler e escrever, depois para entrar em uma boa universidade, para conseguir um bom emprego, para se manter no emprego ou atingir um cargo superior.

O estudo é um processo contínuo, ou seja, nunca termina, pois precisamos sempre estar atualizados. Quando precisamos aprender algo é necessário se dedicar aos estudos, hoje vou dar algumas dicas para que seu estudo seja realmente eficiente:

1. Prestar atenção a aula: uma das dicas mais importantes, pois é onde se assimila o conteúdo.

2. Perguntar sempre que tiver dúvida: se durante uma aula o professor explicou algo e você não entendeu, não tenha vergonha pergunte e peça para repetir.

3. Personalidade: cada pessoa tem um jeito e assimila o conteúdo de maneira diferente. Anotando, gravando ou até repetindo. Não importa. Você precisa descobrir de que modo aprende mais fácil.

4. Faltou em uma aula: peça o conteúdo emprestado ao amigo ou pergunte ao professor o que foi dado, assim não corre o risco de ficar perdido.

5. Estude fora de sala de aula: procure material extra aula para que possa aperfeiçoar sua aprendizagem. Aluno bom é aquele que vai além da sala de aula.

6. Pesquisar: Está com dificuldade no conteúdo? Pesquise mais sobre o assunto. Hoje em dia é muito fácil encontrar na internet o que precisa.

7. Local: o espaço onde estuda precisa ser organizado, bem iluminado, arejado, confortável e sem distrações.

8. Material: antes de começar os estudos, separe todo o material necessário, assim não fica parando o tempo inteiro.

9. Lista de tarefas: comece sempre pela matéria ou conteúdo mais difícil e faça uma coisa de cada vez pois a preocupação com outra tarefas pode atrapalhar a concentração.

10. Descanse e relaxe: a cada hora estudada levante, espreguice, tome um copo de água e depois retorne aos estudos. Distração é fundamental para mente também.

Então bom estudos! Lembre-se que sempre estamos aprendendo, não é somente em sala de aula, mas com a vida!

* Kalinka Carvalho - www.kalinkacarvalho.com.br - é publicitária, Personal Organizer, Produtora de Eventos e Consultora de Marketing.

Dicas para a ajudar no processo de alfabetização e letramento dos pequenos

As crianças começam a aprender a partir do momento em que nascem. Por volta dos 3 anos, o cérebro do bebê já atingiu aproximadamente 80% do tamanho de um cérebro adulto. O cérebro nunca para de se desenvolver, mas nos 3 primeiros anos esse potencial é enorme e, segundo cientistas essa é a fase crucial para estimular as áreas do lobo frontal associadas a linguagem, movimento, cognição social, auto-regulação e solução de problemas, obtendo resultados que vão se refletir ao longo da vida.
Estudos desenvolvidos nos Estados Unidos mostram que de cada 100 crianças que terminam o primeiro ano com baixas habilidades de leitura,88 chegam ao fim do 3º ano ainda lendo mal,o que limita suas chances de obter sucesso acadêmico e consequentemente de obter uma vaga no mercado de trabalho. Ler é um dos principais combustíveis do desenvolvimento cerebral pois desenvolve a memória, a curiosidade e, acima de tudo o vocabulário.
O processo de alfabetização e letramento tem início muito antes de a criança entrar na escola e, uma vez lá, os anos iniciais são cruciais para o desenvolvimento da leitura e da escrita. E já que essa é uma questão que acompanha pais e professores, resolvemos reunir aqui 5 dicas para ajudar as crianças a ler, ouvir e escrever bem.

Falar
As crianças aprendem uma língua ouvindo os adultos conversarem e participando destas conversas
Falar,contar histórias,desenvolver conversas ajudam as crianças a aprender novas palavras e a se expressar com desenvoltura
As crianças precisam ouvir a língua(ou línguas) que irão falar para aprendê-la.
Crianças são capazes de entender o que falamos,muito antes de serem capazes de produzir algum tipo de linguagem
Conversar com as crianças sobre diferentes acontecimentos, histórias e ideias ajuda no desenvolvimento e na aquisição dos conhecimentos que eles precisarão mais tarde quando começarem a ler e escrever

Escrever
Leitura e escrita andam juntas e são apenas maneiras diferentes de representar o que falamos e de nos comunicarmos
Rabiscos e desenhos são formas de escrita. Eles podem até não representar palavras,mas cada linha e desenho feito pelas crianças representa uma forma de as crianças se comunicarem
Rabiscos e desenhos ajudam as crianças a desenvolverem a coordenação visual e motora que precisaram para segurar o lápis,por exemplo
A medida em que escrevem, as crianças tomam consciência de que letras as letras e palavras tem um significado e aos poucos começam a entender os propósitos da leitura através do desenvolvimento da escrita
Escrever não significa necessariamente utilizar lápis e papel. As crianças aprendem a escrever na areia, brincando com a massinha ou rasgando jornal enquanto fortalecem os músculos dos dedos

Ler
Ler com as crianças é a maneira mais simples e eficaz de ajuda-las a se tornar leitores proficientes
As crianças que estão acostumadas a ouvir histórias estão mais propensas a querer aprender a ler
Ler com as crianças ajuda a desenvolver o vocabulário, a compreensão e o conhecimento necessário para ler outros livros quando estiverem maiores
Ler amplia o vocabulário e traz para o universo infantil palavras “raras” e muitas vezes difíceis de serem encontradas nas conversas do dia a dia

Brincar
A brincadeira talvez seja a primeira maneira das crianças entenderem o mundo a aprender a língua
Brincar ajuda as crianças a ordenar ideias e pensamentos e a coloca-los em palavras
Brincar ajuda as crianças a pensarem simbolicamente e a abstrair
Brincar ajuda as crianças a se prepararem para a vida adulta e a processar o que elas ouvem e veem no dia a dia
Cantar
Cantar ajuda as crianças a aprenderem novas palavras
Quando cantamos falamos mais de vagar e isso ajuda as crianças a identificarem os diferentes sons da língua e a perceber as sílabas
Cantar desenvolve as habilidades auditivas e a memória e torna a repetição mais fácil para a criança-é mais fácil guardar uma música curta do que uma história curta

E para tornar a brincadeira ainda mais divertida e incentivar a leitura,que tal presentear as crianças com estes lindos marcadores: